O nosso periódico “online”, “O Jogral”, não tem tido grande participação de articulistas(!..), quando a nossa intenção foi exactamente o de criarmos um espaço de intervenção educado, plural e diversificado de temas, opiniões, sugestões, criatividade e periodicidade razoável.
Por receio, por desconhecimento, ou por qualquer outra razão, tal não tem acontecido.
Faço um novo apelo aos Estoienses residentes e na diáspora portuguesa, espalhada por esse mundo fora, mas também a todos os cidadãos de todos os sítios deste nosso Algarve do nosso lindo país, para darem o seu contributo, para emitirem a sua opinião, para demonstrarem a sua arte, nos temas mais candentes da nossa sociedade, tornando-nos mais intervenientes, mais cidadãos, mais portugueses.
É certo que a pandemia nos tem confinado e retraído em nossas casas, receosos de sermos contaminados, respeitando as mais elementares regras sanitárias, confiando, que assim procedendo, conseguiremos TODOS, mas mesmo TODOS, terminar de vez com o malfadado vírus, que tanto mal nos tem feito, causando a dor e o luto em quase toda a população mundial…
Os números actuais não estão maus, se comparados com outros países de maior dimensão, como a Alemanha, França ou o martirizado país nosso irmão, o Brasil, gerido por um tal Bolsonaro, insensível, duro e inflexível presidente daquele povo alegre e folgazão!..
A vacinação, embora lenta, prossegue, dentro dos condicionalismos das entregas e das incongruências sobre os efeitos secundários da vacina Astra Zeneca.
Ora deve ser suspensa, até estudo mais aprofundado das instâncias superiores da Saúde Europeia, ora deve ser ministrada a cidadãos com idade superior aos 60 anos num país, noutro país aos 65 e assim por diante, causando uma total atrapalhação no meio científico e político europeu…
Em que ficamos, pergunta o povo, ávido de ser melhor esclarecido!?
O estado de desconfinamento próximo, após as festividades da Páscoa e o regresso às aulas dos alunos do 2º e 3º ciclo e das Universidades, é aguardado com muita ansiedade e expectativa, em especial dos pequenos negócios, descapitalizados e à beira da ruptura, esperançados na venda dos seus produtos e na abertura mais cuidadosa dos restaurantes e hotelaria, grandes vítimas da pandemia.
A cultura, a arte, aguarda lhe sejam facultados mecanismos de reabertura em condições de poder trabalhar e atrair público aos Teatros, Cinemas e salas de espectáculo.
Aqui se incluem as nossas modestas Associações locais, regionais, sem fins lucrativos, mas de utilidade pública notória. O que nos espera!?..
Com o índice de transmissibilidade (Rt) a subir, (ou seja, o indicador de quantas pessoas um determinado individuo pode infectar, dentro de um determinado período, está agora num perigoso 1,03)…, nada nos garante que o desconfinamento irá ser um sucesso e a “liberdade”, que tanto ansiamos, regresse em força.
Só a vacinação nos irá devolver aquilo que jamais será como antes…
E ela, entrados no 2º trimestre, ainda é muito ténue, muito embora a tremenda vitória conseguida nos Lares de idosos, seja uma esperança para os mais veteranos, ou seniores, deste nosso país. Confiemos!
Pelo 2º ano consecutivo, lamentavelmente, iremos ser privados da nossa mais carismática manifestação popular, a tradicional romaria da Festa da Pinha ou festa dos almocreves, que em Estoi explode pujante no dia 2 de Maio de cada ano.
Suportemos TODOS essa perca temporária! Há que confiar no próximo reatamento da secular tradição, a bem da saúde de todos nós, que há mais de 50 anos não deixámos de lá estar de alma e coração.
É de extrema perigosidade reunirmo-nos em grupo, abraçarmo-nos, abarquejarmos e vibrar lado a lado, homens, mulheres, jovens e veteranos, numa amálgama vibrante que é apanágio desta tradição.
Vejamos os filmes que existem sobre Pinhas passadas, as fotos, as mensagens, os poemas, os trajes, o cheirinho dos primeiros caracóis ou das primeiras sardinhas, misturadas com um vinho caseiro e umas suculentas costeletas de borrego na brasa do Ludo…
Ah que saudades!..
Confiança em dias melhores é urgente todos termos.
P´ró ano vamos lá estar!..
“As Pinhas mais felizes desta vida, são aquelas que ainda não vivemos”.
Faro, 12 de Abril de 2021
Um “almocreve d´Estoi”
J. Aleixo
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