É-me grato destacar, que os poetas populares de Estoi e Bordeira estão “activos”, actuantes, vivos, não obstante os duros e terríveis tempos que vivemos!.. Pandemia mortífera (2 anos) e a “vergonhosa” guerra civilizacional que a Rússia iniciou, invadindo o povo irmão da Ucrânia, colocando todo o mundo em perfeita recessão económica.
Após ter sido dada à estampa, pelo Estoiense Luciano Nunes, “Ervilha”, “A história da minha vida” (2021), que narra, com fidedignidade e exactidão as peripécias da vida do autor, excelente recordatório de vivências de toda uma vida dura e atribulada, numa prosa fluente e cativante e que li com sofreguidão e entusiasmo, destaco um pequeno poema que o autor ali expõe:
Há muita gente já louca
Por causa do facebook…
Dizem que é coisa pouca
Mas está tudo maluco. (E esta hein!..)
Em Março de 2022, o também amigo e Estoiense Carlos Nascimento Cruz (“Carlitos”), coloca à disposição de todos o seu “Recordar é Viver”, onde, em apaixonantes 59 capítulos, por si vividos ao longo dos seus 79 anos de idade, nos descreve tudo pormenorizadamente, sobre a dura vida que tem vivido, ultimamente agravada pela doença de sua amada esposa, que trata com esmero e dedicação.
Em Março de 2022, o também amigo e Estoiense Carlos Nascimento Cruz (“Carlitos”), coloca à disposição de todos o seu “Recordar é Viver”, onde, em apaixonantes 59 capítulos, por si vividos ao longo dos seus 79 anos de idade, nos descreve tudo pormenorizadamente, sobre a dura vida que tem vivido, ultimamente agravada pela doença de sua amada esposa, que trata com esmero e dedicação.
Duras vivências vividas, na Escola para onde seguia (descalço), para os bailaricos, na sua e nossa querida aldeia de Estoi…
Numa eloquente e carinhosa poesia que dedicou a sua querida mulher, destaco esta quadra:
Saíu do seu Alentejo
E eu nem sei porque foi…
Não seria o seu desejo
Mas veio servir para Estoi.
O tempo prossegue imparável e os “nossos poetas” rejubilam com a liberdade reconquistada com o final (!) da pandemia, permitindo que saia, “Na margem do tempo”, da poetisa Estoiense Maria Helena Ramos, repartindo a sua vida pela sua aldeia e pela parisiense Aulnay Sur Bois, nos arredores da “cidade luz”, onde tive em tempo oportunidade de ser recebido em sua casa e de seu chorado e saudoso marido Francisco, por mim conhecido por Diogo (filho da Adriana, sua ainda viva mãezinha…).
Poemas belos, tristes muitos deles, onde a saudade do marido é bem evidente e constantemente presente!
O tempo prossegue imparável e os “nossos poetas” rejubilam com a liberdade reconquistada com o final (!) da pandemia, permitindo que saia, “Na margem do tempo”, da poetisa Estoiense Maria Helena Ramos, repartindo a sua vida pela sua aldeia e pela parisiense Aulnay Sur Bois, nos arredores da “cidade luz”, onde tive em tempo oportunidade de ser recebido em sua casa e de seu chorado e saudoso marido Francisco, por mim conhecido por Diogo (filho da Adriana, sua ainda viva mãezinha…).
Poemas belos, tristes muitos deles, onde a saudade do marido é bem evidente e constantemente presente!
As rosas do jardim em Aulnay, a casa do Azinhal e Amendoiera em Estoi, as recordações imensas de uma vida feliz que teve ao lado do seu adorado “Francisco”, fazem deste livrinho um testemunho fiel do profundo amor que viveu e da nostalgia e tristeza porque tem passado.
Orgulho-me de o ter recebido de oferta e de ter lido um dos seus belos poemas, num serão poético organizado pelos “Elos Clube de Faro”, onde a poesia é tema, pelo menos uma vez por mês.
Aqui deixo, a quem nos ler, um lindíssimo poema, “Teu rosto” que entre muitos escolhi:
Aqui deixo, a quem nos ler, um lindíssimo poema, “Teu rosto” que entre muitos escolhi:
O jardim continua a verdejar
E neste vazio, na minha alma
Nosso livro da vida a folhear
No perfume das flores, tarde calma
Cada pétala caída, tem sentido
Dos belos verdes anos, as plantas
No meu silêncio, a viver contigo
Por ver desfolhar as rosas brancas
E neste triângulo do jardim
No pôr-do-sol em sentido oposto
Secaram as flores brancas do jasmim
Talvez pela ausência do teu rosto…
(Aulnay, 22/5/2020).
Finalmente, porque de outro amigo se trata, falo do amigo Bordeirense Ricardino Pinto Bexiga, com o seu novo livro de poemas “A vida é curta”, que me ofereceu e a outros comuns amigos, numa das habituais 6ª feiras, quando naquela pitoresca e vizinha localidade ali nos deslocamos para um agradável convívio petisqueiro, à do Sr. Bruno e simpática esposa e filhos…
Finalmente, porque de outro amigo se trata, falo do amigo Bordeirense Ricardino Pinto Bexiga, com o seu novo livro de poemas “A vida é curta”, que me ofereceu e a outros comuns amigos, numa das habituais 6ª feiras, quando naquela pitoresca e vizinha localidade ali nos deslocamos para um agradável convívio petisqueiro, à do Sr. Bruno e simpática esposa e filhos…
Homem multifacetado, de vivência imensa, quase da minha idade, 72, 73 anos, charoleiro assumido, de improviso fácil, frontal e directo, amigo do amigo.
Na Marinha, ou na América viveu tempos duros, difíceis mas gratificantes, pela vivência e experiência de vidas.
Todos gostamos da sua presença constante nessas tardes petisqueiras, onde ele, asmático, tudo faz para se sentir feliz e de memórias em memórias rivaliza com outro “monumento” da cultura Estoiense, o grande amigo Valério Pires, o “Valerinho”, como carinhosamente todos o tratamos.
Duro, por vezes cáustico, como Aleixo, o poeta, que por Bordeira passou de taberna em taberna, oferecendo a sua inigualável poesia a quem nesse tempo o escutava, o Ricardino é merecedor da nossa estima, do nosso apreço, da nossa amizade.
Por vezes, com o entusiasmo que lhe é característico, diz-nos que “este ano vou convosco na Charola!..”, “eles aqui não precisam de mim!..”
(E que jeito nos fazia, ele que improvisa como poucos!..)
Quem sabe!
Termino este reencontro poético com esta sua quadra:
Termino este reencontro poético com esta sua quadra:
Tenho uma veia qu´escorre
Poemas para eu escrever
Vamos ver se ela não morre
Enquanto eu não morrer…
Faro, 26 de Setembro de 2022
J. Aleixo
Faro, 26 de Setembro de 2022
J. Aleixo
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