Ser Jogral

"Ser Jogral é gostar / Duma forma predileta / De ler alto ou declamar / Versos de qualquer poeta !"


27 junho 2021

AGENTES INTERNOS - BALANÇO FINAL





Após uma semana de intenso trabalho técnico, onde os actores participantes se dedicaram a seguir as indicações dos encenadores do trabalho que no final da noite de Sábado, dia 26 de Junho, levaram a cena, sinto e todos sentimos, que valeu a pena o “investimento” neste grupo diferenciado de 10 participantes, alguns com experiência de palco, como foi o meu caso e outros que pela primeira vez tiveram ocasião de participar.

Condições técnicas excelentes, som e luzes em qualidade e quantidade, imagens expostas em palco, onde cada participante colaborou com fotos individuais, de suas casas, flores, lixo acondicionado e suas terras de origem. Mesa corrida com 5 microfones de apoio, testes de despiste à Covid 19 fizemos todos na véspera e 25% da capacidade do salão com cadeiras individuais, deram o mote para quem quisesse assistir.

O que nos foi proposto, após excelentes aquecimentos físicos que a simpática e competente Cátia nos ministrou em cada dia de ensaio, preparando o corpo e o espírito para a acção, todos iríamos entrar no palco, em mesa corrida, lado a lado, tendo à nossa frente uma pistola com um balão, onde no interior havia um pequeno rectângulo de papel, com uma questão que nos era colocada, em especial sobre o ambiente, o mar, o clima.

Àquele cujo balão rebentava, numa ordem sequencial, deveria ler, discretamente e dar a sua versão, através de uma história pessoal, com o sentimento e o pormenor que cada actor poderia imprimir à resposta, podendo, após o rebentamento do segundo balão, haver intervenções dos companheiros de mesa, dando outra versão ou experiência pessoal, sem criticar ou pôr em causa a versão do colega.

Este trabalho, não obrigava a estudar qualquer texto, antes procurava dar a espontaneidade, o à-vontade, a colocação de voz, olhos nos olhos com o público.

Aos poucos os actores podiam descontrair-se mais, levantar-se, ir buscar água, comer uma peça de fruta, colocar inclusive os pés sobre a mesa ou cadeira, trocar de lugar, etc.

Criámos nesta semana, laços de amizade, com jovens raparigas de várias proveniências, Porto, Cascais, Faro, Lagos e a simpática Janina, que reside há 5 / 6 anos em Estoi. Eu e um jovem estudante de Olhão, fomos os únicos participantes do sexo masculino, sendo eu o mais veterano e muito bem acolhido pela Equipa.

Deixo referência dos nomes dos prelectores, monitores, que nos transmitiram os seus conhecimentos e que já têm atrás de si um “curriculum” invejável, quer em acções similares no país, quer no Brasil, Inglaterra, Espanha e outros locais onde já foram transmitir conhecimento. 
Prevista uma ida aos Estados Unidos da América e Canadá, para 2022. Os criadores Ana Borralho & João Galante, apoiados pelo Daniel e a Cátia.

Teatro de improviso, livre, saído da experiência de cada actor, abordando temas actuais, historiando vivências passadas, umas dramáticas, outras hilariantes, à maneira de cada um, sem peias ou censura prévia. Uma boa experiência para quem, como eu, ao longo dos anos segui os métodos antigos do fixar o papel, da marcação em palco, da linguagem gestual, do ponto…

As pouco mais de 30 pessoas presentes, na esmagadora maioria não Estoienses, respeitaram em silêncio o nosso esforço e o trabalho em palco, durante uma hora e meia, sem intervalo e premiaram-nos com uma agradável salva de palmas, o conforto retemperador dos actores…

A experiência vivida permitirá, a quem dela queira aderir num próximo futuro, um treino de adaptação ao palco, em todas as suas vertentes e valências, quer realizando e solicitando aos actores que se debrucem sobre determinadas matérias, como ainda garantir mecanismos de treino e adaptação ao teatro mais conservador e clássico. É sempre útil e valioso aquilo que se aprende e se transmite aos outros.

Da minha parte, toda a experiência recebida, de gente muito jovem e muito bem preparada para o futuro, a garantia de que todos temos sempre qualquer coisa a dar e, ou, a receber.

J. Aleixo


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