Por culpa da pandemia do Covid 19, a vida associativa levou um rude golpe!..
Estoi não fugiu à regra.
Confinamentos, medos de contágio, imposições governamentais, exigidas para prevenir a propagação da doença, foram vividas desde meados de Março até hoje, quando a “esperança” na “vacina salvadora” está à porta, quiçá oferecida a toda a população mundial, livremente, sem imposições de quem quer que seja.
Alguns questionam a garantia da vacina e receiam! Outros desejam-na e nela veem a libertação de um tempo de opressão, para o regresso a uma nova realidade, onde os afectos, a relação de proximidade regresse, pouco a pouco aos nossos hábitos de milénios...
Da parte que me diz respeito, anseio ser chamado para a tomar, seja na 2ª ou 3ª fase, já que a prioridade, a partir do próximo dia 27, 28 deste mês(!), obviamente, vai para o pessoal de saúde, médicos, enfermeiros, auxiliares, forças de bombeiros, segurança, responsáveis políticos, idosos em lares e casas de acolhimento, cuidadores...
Merecem, pelo esforço, sacrifício, coragem e riscos assumidos.
Segue-se uma segunda fase, talvez lá para o mês de Abril, se tudo for correndo como previsto! Doentes oncológicos e detentores de outras patologias graves, idosos e pessoas mais vulneráveis, assumirão a tarefa de se submeter à vacina, pelo que nos é dito, por agora, somente dada em Centros de Saúde e Unidades de Saúde oficiais, podendo, se tal se vier a justificar, ser alargado a Farmácias e outras Entidades privadas, que assumam os compromissos com o Ministério da Saúde.
Assim tudo se vá concretizando, com seriedade e responsabilidade de todos, entrando na 3ª fase, lá para o verão, Julho / Agosto, onde a restante população, de uma forma responsável, assumirá a sua quota parte na prevenção da doença, não só por si, mas pelos outros, em especial os mais vulneráveis. Cito a propósito o “nosso patrono” António Aleixo:
Antes do fruto cair,
É que devemos tratar,
Sabeis bem que prevenir
É melhor que remediar...
Todo o mundo paralisou por via da pandemia! Milhões de infectados, milhares e milhares de mortos, biliões e biliões de prejuízo global, como nunca se poderia prever, quando o vírus surgiu numa cidade chinesa e rapidamente se disseminou por todo o planeta...
As actividades normais das nossas Associações foram, obviamente, suspensas. Não poderíamos correr o risco, pobres e modestas como todas são, de nos “armarmos” em “campeões” da insensatez. Logo no início de Maio, a Festa da Pinha!
Um tremendo murro no estômago, para todos os “almocreves” amantes e defensores da nossa tradição!..
Mandava a prudência que todos seguíssemos os preceitos legais de evitar aglomerações festivas e inconvenientes para a saúde pública. Salvo uma ou outra excepção, a festa parou mesmo, com muita mágoa dos mais avisados e continuadores desta gesta festiva que está no sangue dos Estoienses. A palavra de ordem foi dada: “P´ró ano lá estaremos com redobrado entusiasmo...”
Veremos se tal irá ser possível! Faço votos que a possamos realizar, sem perigo, em segurança... Só assim valerá a pena.
Em Junho os Santos Populares, o Festival do Caracol... Nada feito. Nos finais de Agosto a Feira do Cavalo! Suspensa.
A 2ª vaga já por essa altura nos batia à porta.
Na passagem do 46º aniversário da mais antiga Associação de Estoi, os Jograis António Aleixo (15 de Agosto), os festejos não passaram dum fugaz convívio na Sede social, onde se cantaram os parabéns e se serviu o bolo de aniversário! Mais acção seria perigoso assumir...
Seguindo um rigoroso Plano de Contingência, a ACA Estoiense realizou no Cinema Ossónoba, excecionalmente, um Concerto musical com o “Dúo Kasal” (12 de Setembro), onde numa sala para 200 lugares sentados, apenas poderíamos ter uns modestos 70 lugares, razão pela qual, somente conseguimos um excelente momento musical, pagando-se aos dois músicos, mas daí resultando um défice natural e previsto, impossibilitando qualquer outro evento cultural, pelo insuficiente ou nulo apoio das Entidades oficiais que normalmente apoiam estes eventos.
Entre grandes ou pequenos
Nós éramos quase iguais
Dando a uns um pouco menos
E a outros um pouco mais...
Outubro / Novembro e Dezembro, têm sido aqui em Estoi e noutras localidades limítrofes, tempo de Charolas, de ensaios e preparação dos batidos e varridos, dos cânticos, das marchas e valsas criativas de cada uma, sendo que em Estoi, quer a Charola Ossónoba, a feminina “Aldeia Branca” e a Amizade Estoiense, suspenderam a sua actividade, dando um exemplo de civismo e respeito pelo tempo que vivemos, onde o convívio, as actuações de Janeito, em Cafés, Salões, Auditórios e casas particulares, é, obviamente proibido.
Todos esperamos que no ano 2021, “vacinada” que seja a esmagadora maioria da nossa população, possamos regressar. É esse o desígnio e a vontade de todos os “charoleiros”.
Estamos no Natal!
Tempo de convívio, de juntar crianças, adultos e seniores, em Família!
Porém, com muito cuidado o deveremos fazer!
Limitando ao máximo os contactos, os abraços, beijos e carícias que tanta falta nos fazem e em especial, recebendo em nossas casas, familiares ou amigos vindos de outros concelhos, de outras regiões, que não convivem constantemente a nosso lado, com mesas limitadas a 6, 8 pessoas do mesmo agregado familiar, não mais do que isso, segundo os especialistas em Saúde Pública, os epidemiologistas conceituados o afirmam.
É difícil todos o sabemos! Mas a bem da “Nossa Saúde”, temos que assim proceder, se queremos evitar uma terrível e nefasta 3ª vaga, que muitos preveem possa acontecer no final dos festejos de Natal e Ano Novo...
Por favor! Cuidemo-nos.
Se queremos ganhar a batalha final, quando o “remédio” já aí está chegando, por favor, privemo-nos por mais uns dias de procedimentos naturais mas por ora indesejáveis e de alta perigosidade...
Os nossos avós, nossos pais e gente de mais idade agradecem.
Feliz Natal.
Que o ano 2021 nos traga de novo a Esperança, a Liberdade, o Afecto, o Amor e a Alegria de um forte e apertado Abraço.
Faro, 17/12/2020
Joaquim Aleixo
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