Ser Jogral

"Ser Jogral é gostar / Duma forma predileta / De ler alto ou declamar / Versos de qualquer poeta !"


12 novembro 2020

RECORDANDO O POETA POPULAR ANTONIO ALEIXO


António Aleixo


A poucos de dias da recordação e passagem efémera pela vida, do mais “actual” poeta algarvio que conhecemos e respeitamos, nascido em Vila Real de Santo António, no dia 18 de Fevereiro de 1899 e falecido em Loulé, ainda na força da vida (!), aos 49 anos de idade, no dia 16 de Novembro de 1949, recordo o seu “Secretário” Dr. Joaquim de Magalhães, que tive a honra e a felicidade de privar de perto, através das actuações inesquecíveis dos 3 Autos do poeta, Auto do Curandeiro, Auto do Ti Jaquim e Auto da Vida e da Morte, que ele sempre apadrinhou e acompanhou de perto.


Duas figuras inquestionáveis!.. Inesquecíveis, actuais. Irreversíveis.

Passo os olhos pelo seu Caderno “Ao encontro de António Aleixo” e releio, vezes sem conta, a biografia do poeta cauteleiro, guardador de cabras, polícia, pedreiro, emigrante em França e POETA!..

Como poucos o foram, ainda actual e presente, admirado por gente de outra sabedoria, por Miguel Torga, Tossan e tantas outras figuras gradas da nossa literatura.

Poucos tiveram a honra de ter como Secretário um professor de Liceu, como o evoca nesta quadra sublime:

Não há nenhum milionário
Que seja mais feliz do que eu
Tenho por Secretário
Um professor de Liceu.

Estivemos nós, os actores dos Jograis António Aleixo, no lançamento deste Caderno, em Lisboa, creio que no Liceu Camões, convite que muito honrou o jovem Grupo Desportivo e Cultural de Estoi, onde actuámos, com um ou dois dos seus Autos.


Não conheci o poeta em vida!.. Quando partiu, “num dia chuvoso e lindo”, tinha somente 1 ano de existência...

Mas conheço-o e leio-o, disponibilizando-me sempre para o servir humildemente, quer declamando as suas quadras, quer ensaiando ou representando os seus Autos, que, anos atrás, os soube todos de cor e salteado, tal a facilidade que as suas quadras sublimes, verdadeiras, simples e directas nos fascinam, envolvem e marcam.

2ª feira, 16 de Novembro de 1949, “partiu o poeta, mas na sua garra fria, a morte apenas levou consigo o homem mortal, que o poeta, esse, ficou, p´ra todo o sempre imortal na sua terra algarvia, pois os versos que ditou, porque escrever mal sabia, eu juro à fé de quem sou, são da mais séria poesia que em português se cantou”.

Este foi o final encontrado pelo “seu Secretário pessoal”, Dr. Joaquim de Magalhães, num excelente testemunho escrito logo após a morte do poeta e que valerá a pena ser lido por todos, na íntegra.

Fá-lo-ei oportunamente!
(J. Aleixo)



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